Bug da vida!
Por: Alex Bonfim
01/02/2018
No mundo da pós-modernidade onde tudo é descartável, se recria e controla
está acontecendo um fenômeno com o grupo que controla a tecnologia, este grupo é
formado por engenheiros, programadores e analistas de sistemas.
Este grupo de profissionais que mais tem o poder de controlar e manipular
o mundo da tecnologia está perdendo o controle de tudo, inclusive de si mesmo.
O fenômeno depressão está invadindo suas almas e não conseguem mais programar
suas próprias emoções. Estão em crise existencial, sensorial, emocional, vivem
do passado e no passado no que tange suas emoções. Não sabem viver o novo.
Perdem dinheiro, amigos, sentido da vida, brilho e até se perdem. No envolvimento
em programar números e códigos, não programam a si mesmos para se sentirem
melhores.
Os códigos da alma são esquecidos e esquecem dos códigos dos
relacionamentos consigo mesmo, com as pessoas e com a essência da transcendência.
Isolados dentro de si mesmos, navegadores de noites solitárias e sem sono,
sabedores de todas as manipulações e criações cibernéticas, donos do saber inigualável,
apurados pela inteligência lógica, objetiva e imediata, eles controlam tudo,
menos a si mesmos.
Sofrem o apagão e deletam as sensações, emoções e relações afetivas que
os tonam homens normais. Apagam da vida a arte, a sensibilidade das flores,
esquecem até de presentear suas amadas com flores, outros até se apaixonam, mas
não sabem lidar com a paixão, pois ela só preenche a necessidade imediata e não
a essência da vida a dois.
A paixão não se programa, não é um “level” novo de um jogo eletrônico e momentâneo
ou circunstancial onde seria o preambulo de uma outra etapa.
Perderam a essência dos enredos da vida e das vivências necessárias para
construir uma história humana interior.
Nem escutam mais o companheiro porque acham que já sabem o que o outro
pensa, fala e sente e já determinam a conclusão no diálogo, tudo é “templete”
modelos pré-criados, o que não é verdade na vida humana.
O poder de análise e reflexão se distanciou no cabo de fibra ótica da
vida. E a conexão está agora com as drogas licitas para dormir.
Outros subestimam a vida, as pessoas, o trabalho, pois tem a falsa sensação
que num passe de mágicas conseguirão ser Bill Gate e bilionários, no entanto,
vivem numa caverna profunda do engano da riqueza pela tecnológia, economia,
finanças ou ciência.
Estes homens estão fadados a esquecer de suas almas de suas humanidades
em detrimento da lógica e ausência de afetos profundos. Tudo e temporal, descartável
e útil para uso, o que não se tem utilidade objetiva se descarta.
Não se pode viver num mundo lógico o tempo todo, a manipulação ou programação
da vida está envolvida em domínio das emoções também.
A sensibilidade precisa ser uma válvula de escape e não o rompimento de
uma represa.
Controle é bom todo mundo anseia ter, mas não se esqueçam de controlar a
si mesmo ao deixar a alma ser leve, inocente e até descontrolada a ponto de demonstrar
o que são capazes de fazer e si são capazes de viver sorrindo para vida e não para
as pessoas.
Não se esqueçam, tudo é programável, mas a vida não. O que nos torna
muito humanos é a capacidade de perceber, raciocinar, analisar e vivenciar experiências
que não nos façam viver como descartáveis ou como códigos de programação.
É preciso sensação!
Bem pertinente.
ResponderExcluirExatamente... Estamos caminhando para o fim.
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