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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

lendo: Pé de Ouvido

Pé de ouvido..

Tudo começa com conversa de pé-de-ouvido

O envolvimento com palavras

Descrevem melodias do momento

Os sentidos elaboram harmonia

Tudo passa pelo toque

Agradavelmente o escutar de música

Ressoa no batimento

O pensar se apaga

A verdade é que o ritmo é preenchido pelos órgãos

É se sentir de dama a mulher da vida

As sensações antagônicas

Se comparam a dor e encanto

É a profissional mais amada

Pelo prazer de ser usada.

É como trabalhar

E não desejar receber salário

Tudo é feito só por entrega

Realização humana e prazer de cumplicidade

Isso se torna recompensa.

É elevar-se às alturas...

E baixar-se às zonas

Baixas debaixo do leito

Poucos sabem fazer isso

Não se quer alarido

Não se quer carpir-se

Se muito, e se deve querer é, entrar em enlevo

Como se o parar fosse

O melhor a fim de não se morrer

Mas não é

Parecendo uma teoria

Que não se chega a uma conclusão

Onde as fórmulas

Não são capazes de estabelecer um padrão

Eles simplesmente surgem à medida da conferência

E isso tudo soa como poesia ao ouvido

Como a música que ressoa

E aquieta a alma

No turbilhão de percepção

Em versos de volúpia

Estrofe de sedução

Soneto de prazer

Não se quer comer

Não se é alimento

Trata-se de possuir

E sim, ter para sim

Com posse, objetivando entrega

Num sobranceiro de saciez inexplicável

Como nobre da corte

Que grande fartura tem à mesa

Mas se entrega as delícias

Pressentindo que acabarão

E a ânsia de prazer

Motiva a não parar de comer

E tanto que devora

Sem pensar em nada

A não ser em devorar

E saciar a fome

Assim é o que se quer

Quer-se olhar no olhar

No momento de exuberância das emoções

E ouvi a linguagem do olhar

Que diz que não está a comer

Com o exterior

E sim com o interior

É estar a engranzar desejos

E é isso que sacia

Contenta-se com a abastança

Em saber se é plena em si sem comparações

Quer jubilar de contentamento

Porque percebeu que tudo é de mais maravilhoso

Por isso entrega

Dar-se-lhe por completo

A fim de que torne

No objeto de encanto

Que mais queira

E se permite

Sim

Uma entrega a dois...

Dois em um

Assim que tem que ser

Como o tocador e o instrumento, música

O poeta, a tinta e o papel, poesia

Isso se faz necessário

Quando se pensa em amar

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